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Louis Braille

 

 

A maioria das pessoas sabe que as pessoas cegas utilizam um sistema especial de leitura tátil e escrita. Mas o que ninguém poder deixar de saber é que esse sistema tem o nome de seu inventor - Louis Braille - que é hoje profundamente distinguido por sua criação.

 

A sua história é a de um homem que conseguiu muito lentamente o reconhecimento do valor de sua obra. Durante a maior parte da vida de Louis Braille, seu sistema só foi conhecido na escola onde ele estudou e foi professor.

 

As pessoas relutaram muito em mudar os métodos insatisfatórios usados para educar as pessoas cegas. Foi somente no fim de sua vida que o uso do Sistema Braille começou a expandir-se. E, mesmo assim, a significância de sua realização permaneceu obscura para o mundo durante muitos anos.

 

Louis Braille nasceu em 04 de janeiro de 1809, na pequena cidade francesa de Coupvray, pertencente ao distrito de Seine-Marne, que se situa a cerca de quarenta e cinco quilômetros da cidade de Paris.

 

Seu pai, Simon René Braille, era um conceituado seleiro na região e sustentava a família com o fruto de seu trabalho, de maneira simples, mas confortável. Sua mãe, Monique Baron, foi uma jovem simples de fazenda que veio a Coupvray para casar-se com Simon em 1792, dezessete anos antes do nascimento de Louis Braille.

 

O casal teve quatro filhos: em setembro de 1793, Catherine Joséphine; em março de 1795, Louis Simon; em janeiro de 1798, Marie Céline; e, onze anos mais tarde, Louis. Seu pai tinha então quarenta e quatro anos de idade e costumava dizer orgulhosamente do último filho que ele seria o arrimo de sua velhice.

 

Como todo filho caçula, Louis recebeu sempre profundo carinho de pais e irmãos. Demonstrou desde cedo ser uma criança dócil e inteligente e seu pai acreditava que, quando o filho primogênito deixasse o lar, Louis passaria a ser seu auxiliar no trabalho de seleiro. Logo que deu seus primeiros passos, Louis acostumou-se a brincar na oficina do pai com os pequenos retalhos de couro usados na confecção das selas.

 

No ano de 1812, não se sabe exatamente em que dia e mês, o pequeno Louis brincava na oficina como de costume. Em dado momento, apanhou um dos instrumentos de retalhar o couro e experimentou imitar o trabalho de seu pai. Ao tentar perfurar um pedaço de couro com uma sovela pontiaguda, aproximou-a do rosto. O couro era rijo e o pequeno forçava para cortá-lo. Em dado momento, a sovela resvalou e atingiu-lhe o olho esquerdo, causando grave hemorragia.

 

Simon René tomou o garoto nos joelhos e, com a ajuda da filha, lavou o olho machucado, tentando cortar a hemorragia. Uma velha senhora, conhecida por suas curas, preparou e aplicou compressas e conseguiu estancar a hemorragia.

 

Um pequeno livro intitulado "Medicina Popular", escrito pelo Dr. Leopold Turk, muito conhecido na época, descreve o tratamento dado a um olho ferido, naquele tempo: "O quarto deve permanecer no escuro e o olho deve ser coberto com compressas de água fria. Em caso de hemorragia, aplicações de sanguessugas ao redor do olho, dieta e uma dose de calomelano são o método usualmente empregado neste caso e em todos aqueles nos quais o olho tenha recebido ferimentos sérios".

 

O médico de Coupvray foi chamado para tratar o menino, mas a sua prescrição também foi inadequada. Não havia medicação positiva para eliminar o centro da infecção.

Veio a conjuntivite e depois, a oftalmia. Alguns meses mais tarde, a infecção atingiu o outro olho e a cegueira total adveio quando Louis estava com cinco anos. Seus pais ainda tentaram outros tratamentos. Procuraram consultar um oftalmologista num hospital da cidade vizinha de Meaux, mas todos os esforços foram em vão. A infecção generalizada havia destruído ambas as córneas.

 

Em 1815, o velho abade que havia batizado Louis Braille morreu. O novo cura indicado, abade Jacques Palluy, tornou-se grande amigo da família. Muito interessado no bem-estar dos seus paroquianos, dedicou especial atenção ao menino cego, que demonstrava vivacidade e inteligência.

Graças ao abade Palluy, Louis Braille pouco a pouco começou a desenvolver sua natureza investigadora e a familiarizar-se com o mundo. O abade levava o menino ao velho presbitério e, no seu interior ou entre as árvores de seus jardins, procurava ensiná-lo. A orientação cristã recebida em sua primeira infância marcou toda sua vida através de seu amor, sua bondade e sua humildade.

 

Em 1816, o Conselho da cidade de Coupvray realizou um concurso para admitir um professor. O senhor Antoine Brecheret, que contava vinte e um anos de idade, foi admitido por sua reputação moral e formação profissional.

Logo após a chegada de Brecheret, o abade Palluy pediu-lhe que ensinasse Louis Braille. Durante dois anos, o menino freqüentou a escola de Brecheret. Um colega da vizinhança acompanhava-o no caminhou de ida à escola e de volta ao lar.

 

Louis Braille decorava e recitava as lições que ouvia, demonstrando ao professor sua extrema vivacidade. Brecheret logo constatou sua inteligência brilhante. O abade Palluy preocupava-se sempre com o seu futuro. Como orientá-lo quando crescesse? Como cuidar de sua educação?

Um acontecimento precipitou a solução. No ano de 1817, por ordem do prefeito, um novo método de ensino foi experimentado em várias escolas. Antoine Brecheret descobriu nele vários defeitos pedagógicos e recusou-se a adotá-lo, comunicando sua decisão ao Prefeito de Coupvray. Em resposta, o prefeito proibiu-o de continuar lecionando em Coupvray e transferiu-o, temporariamente, para estudar o método na cidade de Melun.

 

Ao retornar, em 1818, Brecheret introduziu o novo método em Coupvray com resultados satisfatórios. Entretanto, o abade Palluy não mostrou entusiasmo pelo método, influenciando os alunos a transferirem-se para a escola da cidade vizinha, onde o ensino era tradicional.

Os pais de Louis Braille, preocupados com a situação, pediram ao abade que encontrasse uma solução para a educação de seu filho. O abade Palluy começou, então, a procurar uma escola para Louis.

 

Antoine Brecheret, durante seus estudos em Paris, tinha ouvido falar de uma instituição para cegos. Interessado nisso, o abade Palluy procurou o marquês d"Orvilliers, que era latifundiário na região e reconhecido por sua grande generosidade.

O marquês ouviu o abade com muita atenção, pois ele conhecia o menino. Lembrou-se também que em 1786, na corte de Versalhes, Valentin Haüy apresentou ao rei e à rainha um menino cego educado por ele. Ele próprio havia encorajado e auxiliado Haüy no seu projeto de fundar a primeira escola para cegos em Paris. O rei e a rainha destinaram fundos para criar o Instituto Real para Jovens Cegos de Paris.

 

O marquês concordou, então, em dar sua proteção ao menino e escreveu ao diretor da instituição para pedir sua admissão. O abade relatou esse fato aos pais de Louis, que preocuparam-se com a possibilidade de ter seu filho longe de casa. Mas, quando perceberam as vantagens que ele teria em sua educação, fizeram milhares de planos para o futuro do filho. Logo receberam uma carta do Dr. Guillié, diretor do Instituto Real para Jovens Cegos, comunicando que a diretoria da escola havia decidido admitir Louis Braille. Ele tinha recebido uma bolsa de estudos e sua entrada estava marcada para 15 de fevereiro de 1819.

Na madrugada desse dia, Louis partiu com seu pai com destino a Paris e, quatro horas mais tarde, entrava na instituição. Uma nova vida começava para ele.

 

O senhor Demeziere, que aguardava na entrada, levou pai e filho à presença do diretor, Dr. Guillié, que descreveu-lhes como seria a vida na escola. Simon René Braille despediu-se de seu filho, voltando a Coupvray.

Pouco a pouco, Louis Braille, que era então o mais jovem estudante, foi se ajustando à escola, aos professores, aos supervisores e aos colegas.

 

O método de ensino consistia em fazer os alunos repetirem as explicações e textos ouvidos. Alguns livros escritos no sistema de Valentin Haüy, método oficial de leitura para cegos, permitiam leitura suplementar. Apesar de em pequeno número, esses livros eram os únicos existentes.

Louis Braille era um ótimo estudante e dedicou-se profundamente aos estudos. A recreação era parte importante na vida da escola e Louis participava com entusiasmo. Gostava de música clássica e, como os professores do conservatório vinham dar aulas gratuitas no Instituto, dedicou-se ao estudo de música, que consistia em ouvir e repetir o que era ouvido. As condições não eram ideais, mas Braille tornou-se um excelente pianista e mais tarde talentoso organista da igreja de Notre Dame des Champs.

 

O Dr. Guillié mostrou ao pai de Louis apenas o lado bom da escola, pois a situação financeira era catastrófica. As instalações, úmidas e frias, eram completamente inadequadas. A disciplina era extremamente rígida e os alunos recebiam desde punições físicas até o isolamento a pão e água. Louis Braille não escapou às punições.

Apesar de todas as dificuldades, no fim do período escolar, Louis recebeu um certificado de mérito por sua habilidade em cortar e fazer chinelos e pôde então voltar para seu lar, onde permaneceu dois meses de férias. Foi uma alegria rever seus pais, falar de seus estudos, dos novos amigos, rever também o abade Palluy, o Sr. Brecheret e o marquês d"Orvilliers.

 

No reinício das aulas, em outubro, Louis dedicou-se ainda mais aos estudos, alcançando sempre mais progressos.

No início de 1821, o Dr. Guillié foi demitido da instituição, assumindo o cargo o Dr. Pignier, que se tornou um grande amigo e incentivador de Louis Braille.

Em 21 de agosto de 1821, Braille participou emocionado dos preparativos e da homenagem prestada a Valentin Haüy, fundador do Instituto. Nessa ocasião, estiveram juntos o fundador da primeira escola para cegos na França e o futuro inventor de um sistema de leitura tátil e escrita para cegos.

As dificuldades enfrentadas por Louis Braille em seus estudos o levaram desde cedo a preocupar-se com a necessidade de um sistema de escrita, e o interesse de outras pessoas, como Barbier, ofereceu-lhe uma série de circunstâncias para que criasse o seu sistema.

 

Charles Barbier de La Serre, Capitão de Artilharia do Exército de Luís XIII, encontrava dificuldades em transmitir ordens durante a noite. Elaborou, então, um sistema de sinais em relevo que, combinados, permitiam a transmissão das ordens militares. Assim, no escuro, os subordinados decifravam pelo tato as ordens superiores. Esse sistema, que se denominou "escrita noturna", consistia na combinação de pontos e traços em relevo que significavam ordens como "Avance!", etc.

Com essa experiência, Barbier pensou na possibilidade de seu processo servir para a comunicação entre pessoas cegas. Transformou-o então num sistema de escrita para cegos que denominou "grafia sonora".

Através da grafia sonora, qualquer sentença podia ser escrita, mas como o sistema era fonético, as palavras não podiam ser soletradas. Um grande número de sinais era usado para uma única palavra, o que tornava a decifração demorada e difícil. Foi esta fase de sua invenção que Barbier apresentou no fim do ano de 1820 para o Dr. Guillié. Este considerou o sistema muito complicado e desencorajou Barbier que, entretanto, prometeu voltar.

 

Porém, em sua nova visita ao Instituto, Barbier foi recebido pelo novo diretor, Dr. Pignier, que também resistiu por considerar o sistema complicado. Mas na segunda visita de Barbier, alguns dias mais tarde, ele prometeu submeter o sistema aos seus professores e alunos. Todos mostraram-se muito interessados, experimentaram ler palavras e deram opiniões. Alguns acharam complicado, mas todos concordaram em que o sistema deveria ser adotado.

Na semana seguinte, Barbier recebeu uma carta comunicando que o sistema seria adotado no Instituto como método auxiliar de ensino.

Louis Braille rapidamente aprendeu a usar o sistema. Nas horas vagas, ele e seu amigo Gauthier praticavam, lendo e escrevendo sentenças um para o outro. A escrita era possível como o auxílio de uma régua-guia e de um estilete. Adquirindo maior habilidade no uso do método, Braille descobriu seus problemas e começou a pensar em possíveis modificações.

 

O sistema de Barbier apresentava as seguintes dificuldades: não permitia conhecimento de ortografia, pois os sinais representavam somente sons; não havia símbolos para pontuação, acentos, números, símbolos matemáticos e notação musical; e, principalmente, a complexidade de combinações tornava a leitura difícil e lenta.

Braille propôs alguns aperfeiçoamentos, que foram apresentados a Barbier pelo Dr. Pignier. Barbier foi ao Instituto discutir as modificações e ficou surpreso ao deparar-se com um pálido garoto de cabelos loiros. Apesar de reconhecer o valor das propostas de Louis, Barbier defendeu fervorosamente o fundamento de sua invenção, pois não considerava necessária a ortografia e não queria ver alterações básicas em seu método.

 

Louis Braille começou a trabalhar num sistema novo que pudesse eliminar completamente os problemas da grafia sonora. Durante muitas noites, trabalhou incansavelmente sobre a régua e o estilete que ele próprio inventou. As férias chegaram e ele voltou ao lar, onde permaneceu estudando o seu novo sistema.

Na reabertura das aulas, em outubro de 1824, Louis Braille tinha prontos os primeiros estudos de sua invenção. E, em 1825, aos quinze anos de idade, inventou o sistema em relevo semelhante ao que se usa hoje e que recebeu o seu nome. Obteve sessenta e três combinações, que representavam todas as letras do alfabeto, acentuação, pontuação e sinais matemáticos.

 

Apresentou sua invenção ao diretor, Dr. Pignier, que apreciou seu trabalho e autorizou-o a experimentá-lo no Instituto. Os alunos rapidamente adotaram o sistema, que era simples, e o Dr. Pignier começou a pensar na possibilidade de substituir o sistema de Barbier.

Com o sistema de Braille, os alunos eram capazes de tomar notas em classe, aprender ortografia, redigir composições, copiar livros, fazer ditados, corresponder-se entre si, enfim, podiam registrar seus sentimentos e impressões.

Embora continuasse trabalhando em sua pesquisa para aperfeiçoar seu sistema, Louis não negligenciou seus estudos. Foi sempre um dos primeiros alunos. Em 1826, ainda estudante, começou a ensinar álgebra, gramática e geografia. Freqüentou o Colégio de França, estudou órgão e deu aulas de piano.

 

Em 1827, Louis escreveu em Braille a "Gramática das Gramáticas". Em 1828, continuando seus estudos, ele aplicou seu sistema à notação musical.

Em 1829, apresentou a primeira edição do "Método de Palavras Escritas, Músicas e Canções por meio de Sinais, para uso de Cegos e Adaptados para eles". No prefácio desse livro, Braille refere-se a Barbier: "Se nós temos vantagens de nosso método sobre o seu, devemos dizer em sua honra que seu método deu-nos a primeira idéia sobre o nosso próprio".

 

Ainda em 1829, Louis Braille foi oficialmente designado professor do Instituto e ensinou gramática, matemática e geografia. Apresentou seu sistema à direção e a professores do Instituto e foi autorizado a ensiná-lo aos alunos, embora a adoção oficial ali no Instituto só tenha ocorrido em 1854. Neste ano, Braille escreveu também outro texto básico: "Gramática de Noiêl y Chaptal".

Um de seus alunos, Coltat, tornou-se um de seus grandes amigos e mais tarde biógrafo, tendo escrito o livro "Notas Históricas sobre Louis Braille" onde narra detalhes de toda sua vida no Instituto.

 

Louis Braille continuou a viver no Instituto, embora sua vida social tenha sido intensa fora dele. O Dr. Pignier encorajava-o a sair com ele. Louis Braille também era freqüentemente convidado para tocar em festas.

Apesar de sua saúde deficiente, pois contraiu tuberculose aos vinte e seis anos, Braille trabalhou continuamente no aperfeiçoamento de seu sistema. Em 1837, publicou sua "Anagliptografia", estrutura do Sistema Braille utilizada até hoje mundialmente, contendo toda a simbologia para literatura, matemática, canto e simbologia para diferentes instrumentos musicais.

 

Em 1839, Louis Braille publicou "Novo Método para Representação por Sinais de Formas de Letras, Mapas, Figuras Geométricas, Símbolos Musicais para uso de Cegos". Esse método consistia em escrever as letras na forma convencional, marcando com o punção uma série de pontos em relevo. Para padronizar as dimensões das letras, Braille determinou num quadro o número de sinais necessários para cada letra. Esta nova invenção também foi adotada pelos alunos e Braille chamou-a de "rafigrafia" (grafia pontilhada). O objetivo desse sistema era facilitar a comunicação com videntes. Foucault, seu grande amigo, colaborou no invento, fabricando o rafígrafo.

Entretanto, apesar dos esforços de Braille em aperfeiçoar e desenvolver seu sistema e de sua aceitação pelos alunos do Instituto, o método oficial de ensino continuava sendo as letras em relevo de Valentin Haüy. Muitos conservadores reagiam em abandonar os velhos métodos.

 

O Dr. Pignier tentou oficializar o uso do Sistema Braille, mas, quando começou esse trabalho, foi substituído pelo Dr. Dufau, que tornou-se diretor do Instituto em 1840. O Dr. Dufau foi contrário à oficialização, dizendo que o Sistema Braille isolava os cegos. O Ministro do Interior da França, a quem coube a decisão final, opinou que os estudos de Braille deveriam ser encorajados, mas que eles não estavam prontos para a mudança do sistema.

Louis Braille tentou também divulgar seu sistema em outros países e, em julho de 1840, escreveu para J. Wilhelm Kleim, fundador da primeira escola para cegos de Viena. Lamentavelmente, Kleim não aceitou o método.

 

Em 1843, o Instituto Real para Jovens Cegos foi transferido para um prédio novo. Nessa época, o Dr. Dufau já havia mudado seu pensamento, aceitando o sistema de Braille. Assim, na cerimônia de inauguração do novo prédio, Louis Braille ficou profundamente comovido quando seu sistema foi demonstrado publicamente e declarado aceito. Este foi o primeiro passo para a aceitação geral. Desde então, seu uso começou a expandir-se na Europa.

Durante esses últimos anos, a doença de Louis Braille foi progredindo e sua saúde foi se tornando mais frágil. Em 1850, pediu demissão do cargo de professor, mas continuou dando algumas aulas de piano.

 

Em dezembro de 1851, sofreu uma grande recaída, recolhendo-se ao leito. Faleceu no dia 06 de janeiro de 1852, certo de que seu trabalho não tinha sido em vão. Foi enterrado em sua cidade natal em 10 de janeiro.

Louis Braille não teve o reconhecimento de sua obra por seus contemporâneos, a não ser pelo círculo restrito de amigos. Somente cem anos mais tarde, a história do garoto de quinze anos que inventou um sistema de seis pontos em relevo expandiu-se pelo mundo.

Louis Braille não assistiu, em 1854, à aprovação oficial do uso de seu sistema para o ensino de cegos na França. Não assistiu, também, à adoção universal do Sistema Braille, durante o Congresso Internacional de Surdos-Mudos e Cegos de Paris, realizado em 1877, que o proclamou como o melhor sistema de leitura e escrita para ensino de cegos em todo o mundo.

 

Em 20 de junho de 1952, o governo francês transferiu seus restos mortais da cidade de Coupvray para o Pantheon Nacional, em Paris. Nessa ocasião, em que tomou o seu lugar entre os grandes homens da França, merecidas homenagens lhe foram prestadas por representantes de quarenta nações.

Ainda em 1952, a casa onde nasceu Louis Braille foi comprada pela Associação Amigos de Louis Braille e transformada em museu municipal para visitação pública. Em 1956, a Associação doou o museu para a União Mundial de Cegos, que criou o Comitê Louis Braille para administrar e levantar fundos para a manutenção do museu.

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